Biodigestores em municípios do Vale do Rio Doce
Segundo Majela, como se trata de uma região onde predomina a agricultura familiar, voltada para a pecuária leiteira, o projeto tem potencial para facilitar a vida de quem vive no campo e retira dele o seu sustento, já que tem a matéria-prima necessária para gerar energia e fertirrigação. Como se sabe, o esterco bovino e outros dejetos das criações de animais são os combustíveis para fazer o biodigestor produzir gás metano, a ser convertido em energia, além de biofertilizante para as lavouras agroecológicas.
Os biodigestores são reatores químicos onde ocorrem reações anaeróbicas, ou seja, sem a presença de oxigênio. O sistema é composto de uma câmara escura que armazena por meses a matéria orgânica, como esterco bovino e suíno, por exemplo. A reação forma o gás que pode abastecer a propriedade e o resíduo final que vira adubo para ser utilizado na agricultura.
O técnico Geraldo Majela exemplifica que o custo do empreendimento varia de R$ 700,00, utilizando materiais mais modestos até R$ 4 mil, com material mais oneroso, mas o resultado pode ser semelhante. “ O gasto vai depender de na família ter mão de obra especializada, como pedreiro. A eficiência na produção é a mesma. O que pode variar é o tamanho do reservatório de gás, que será de acordo com a necessidade da propriedade”, disse.
A Emater-MG atende em São Sebastião do Maranhão e José Raydan cerca de 450 agricultores familiares. A pecuária leiteira é a principal atividade e fonte de renda no meio rural dos dois municípios. A produção agropecuária ainda vive desafios nas áreas de organização e comercialização, segundo o técnico agropecuário da Emater-MG. Defensor de políticas públicas direcionadas à sustentabilidade das ocupações rurais, Geraldo Majela informa que, do total de biodigestores instalados, com a orientação da empresa mineira, três deles foram com recursos do programa federal Brasil Sem Miséria.
Assessoria de Comunicação – Emater-MG