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Produção familiar de goiaba agroecológica enriquece merenda escolar em Araguari. Fruticultura desponta no município como alternativa de renda para agricultura familiar

Em Araguari, o que domina é a produção de café, soja, milho, pastagem e tomate. Mas a fruticultura apresentou-se como uma atividade rentável, além de ser adequada para pequenos espaços, como é o caso do senhor Deraldo, que é agricultor familiar.  “A família veio junto. A esposa sempre lutando ombro a ombro, os filhos cresceram e mas tomaram gosto, continuam trabalhando aqui”, comenta orgulhoso.

A goiaba é cultivada em quatro hectares de terra locada. São 2.5 mil pés que produzem cerca de 50 toneladas/ha a cada ciclo da cultura, que gira em torno de oito meses. Seus três filhos mais velhos trabalham com ele na lavoura. Cada um é responsável por uma tarefa específica, afinal, o treino aprimora a técnica e é difícil conseguir mão de obra fora do grupo familiar. “Eu cheguei a trabalhar fora, mas vendo a dificuldade do meu pai, voltei. Trabalhar aqui é uma paixão. Meu pai é um exemplo pra mim”, diz Luiz Henrique de Araújo, um dos filhos do senhor Deraldo.

Depois de alguns anos melhorando formas de manejo, eles conseguiram chegar na excelência: boa produtividade de um fruto de alta qualidade, graúdo, bonito e doce. A variedade escolhida é a tailandesa, uma goiaba carnosa, que tem menos sementes na comparação com outras, além de ser a de maior aceitação no mercado.

Para controlar as eventuais pragas, o senhor Deraldo adota práticas agroecológicas, conforme orientações dos técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG). “Os pomares dele são livres de agrotóxicos. Quando a goiaba está com dois a quatro centímetros nós indicamos que façam o ensacamento dos frutos. Isso reduz a incidência de luz, minimizando danos na casca, além de proteger da mosca das frutas”, explica o técnico da empresa, André Luiz Figueiredo.

Alimentação escolar

Além das orientações para produção, a empresa pública também auxilia na comercialização. “A Emater é muito importante, os técnicos são muito atenciosos. Eles têm inclusive intermediado diretamente a venda das goiabas para merenda escolar, onde se agrega um pouco mais de valor”, comenta Deraldo.

Ele foi incluído pela Emater-MG no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que preconiza que ao menos 30% dos recursos destinados à merenda devem ser gastos com compras diretas da agricultura familiar. “Desta forma, o programa garante renda para os produtores e alimentos de qualidade para os estudantes”, destaca o coordenador regional da Emater-MG, José Roberto Silva.

Nas escolas de Araguari, as goiabas do Deraldo são lanches apreciados.“Os alunos têm grande aceitação. Com auxílio da Emater-MG nós compramos dos agricultores da região, produtos da época, frescos. Para muitos  estudantes é na escola que têm a oportunidade de uma alimentação saudável”, ressalta a secretária de educação de Araguari, Cristiane Nery Pereira.

Por Aline Louise - Assessoria de Comunicação - Emater-MG