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Quais são os problemas mais comuns em vacas após o parto?

Durante o período seco, podem ocorrer distúrbios no parto e no início da lactação que, sozinhos ou combinados, prolongam os intervalos entre partos e afetam a eficiência reprodutiva. Os problemas mais frequentes após o parto geralmente estão intimamente relacionados ao manejo na fase periparturiente, e é importante prestar atenção aos animais que tiveram dificuldades na fase pré-parto ou durante o parto. Bons índices reprodutivos e produtivos dependem disso.

Alguns dos problemas mais comuns após o parto em bovinos são explicados a seguir.

Infecções uterinas (metrite)

As infecções uterinas após o parto podem ser causadas por bactérias patogênicas que entram no útero pela vagina durante o processo de parto ou devido a uma diminuição da resposta imunológica da vaca nas primeiras semanas após o parto. Os sinais clínicos incluem corrimento vaginal anormal, febre, perda de apetite e diminuição da produção de leite. O diagnóstico se baseia na observação dos sinais clínicos e, com frequência, em um esfregaço uterino para identificar a presença de bactérias. O tratamento envolve uso de antibióticos específicos, como a Cefquinoma, geralmente administrados por via intravenosa, juntamente com um bom gerenciamento higiênico. A prevenção é obtida por meio de uma boa higiene durante o parto e no pós-parto, além de atenção adequada à saúde do úbere. É essencial proporcionar às vacas um ambiente limpo e confortável durante o parto para evitar infecções uterinas e garantir um bom começo para o bezerro. Se as secreções pós-parto tiverem um odor desagradável ou se a vaca apresentar sinais de doença, deve-se considerar o uso de antibióticos e antissépticos. Deve-se evitar o uso desnecessário de infusões uterinas, pois elas podem ter efeitos negativos sobre a retomada do ciclo estral e a fertilidade das vacas.

Retenção de membranas fetais

A retenção de membranas fetais, embora rara (menos de 10% das vacas que dão à luz), geralmente está relacionada à distocia, toxinas, abortos e doenças. As vacas com histórico de retenção de placenta têm um risco maior de voltar a ter esse problema. A prevenção envolve o fornecimento de uma dieta com a proporção correta de cálcio e fósforo. Além disso, o selênio desempenha um papel importante na liberação da placenta ao estimular a atividade da enzima colagenase, que quebra o colágeno que une as células do útero e da placenta. Caso seja necessário o tratamento da retenção de placenta, medicamentos como ocitocina e a prostaglandina (cloprostenol), que não afetam o leite. A remoção manual da placenta aderida ao útero não é recomendada, pois pode causar hemorragia e infecção.

O uso de análogos da prostaglandina F2alfa, como o cloprostenol sódico, demonstrou uma melhora substancial na involução uterina pós-parto. Isso se deve aos efeitos mecânicos que a prostaglandina exerce sobre o útero, estimulando a luteólise e a contração do músculo uterino, levando à melhora concomitante das taxas de concepção, à redução do intervalo parto-estro e do intervalo parto-concepção. A luteólise também resulta na diminuição da concentração de progesterona e na elevação dos níveis de estrogênio. Isso causa a estimulação da atividade celular e da resposta imunológica do útero, o que significa menos infecções durante o puerpério. Duas aplicações intramusculares podem ser realizadas com 11 a 14 dias de intervalo para obter melhores resultados, levando em conta que, após a ovulação, há um período refratário de quatro a cinco dias. Em outras palavras, a primeira aplicação deve ser feita após esse período para maior eficácia. Deve-se considerar também que ele pode induzir o aborto no momento da aplicação, portanto, não deve ser administrado a vacas prenhes.

Repetição de vacas em cio

Um dos motivos mais comuns para a repetição de vacas são os problemas reprodutivos, incluindo infecções uterinas, anormalidades no trato reprodutivo, endometrite subclínica, atraso na ovulação e falha no corpo lúteo ou danos aos espermatozoides durante a inseminação. A alimentação deficiente ou o manejo inadequado podem levar a um ciclo anestésico ou irregular. Desequilíbrios hormonais, como baixos níveis de hormônios luteinizantes ou de hormônios liberadores de gonadotrofina (GnRH), podem interferir na manifestação adequada do estro e da ovulação. Para evitar essas situações, é importante realizar uma avaliação minuciosa do histórico reprodutivo, além de exames clínicos e laboratoriais para descartar infecções uterinas, problemas anatômicos ou distúrbios hormonais. Optar por sêmen de touros com altos índices de fertilidade e valores de taxa de prenhez das filhas (DPR) pode aumentar as chances de concepção, além de garantir que elas recebam uma dieta balanceada e um ambiente adequado com acesso a exercícios regulares. Em casos de desequilíbrios hormonais identificados, a administração controlada de hormônios, como o GnRH, pode ajudar a sincronizar os ciclos reprodutivos e melhorar as taxas de concepção. Recomenda-se o uso de cefapirina benzatina, buserelina, progesterona (P4) ou gonadorelina.

Mastite

É uma das doenças mais prevalentes no gado leiteiro, causando grandes perdas econômicas. É uma doença inflamatória da glândula mamária que pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas, e causa muita dor, além de alteração das características organolépticas do leite, afetando sua qualidade e quantidade. Existem vários tipos de mastite, alguns mais óbvios do que outros, portanto, é essencial poder prevenir as formas subclínicas, manter as instalações e os equipamentos limpos, boa higiene de úberes e mamilos, garantia de nutrição adequada e fornecimento de ambientes adequados, monitoramento regular da contagem de células somáticas no leite, secagem adequada e tratamento apropriado dos animais. diagnosticados, como por exemplo cefapirina/prednisolona, tetraciclina/prednisolona ou Cefquinoma.

Alterações metabólicas

Durante o final da gestação e o início da lactação, as vacas passam por situações fisiológicas que aumentam a demanda por nutrientes, que agem como fatores de estresse aos quais o corpo deve responder. Se não forem tomadas medidas preventivas adequadas, essa situação pode resultar em hipocalcemias, hipofosfatemias, hipomagnesemias e cetose.

A hipocalcemia (níveis reduzidos de cálcio no sangue) pode resultar em fraqueza muscular, dificuldade para ficar em pé e maior suscetibilidade a outras doenças. Os fatores de risco incluem uma dieta desequilibrada em cálcio e fósforo durante o período pré-parto, bem como a produção excessiva de leite. As medidas preventivas incluem a regulação da ingestão de cálcio, potássio, fósforo e magnésio no período pré-parto, bem como o monitoramento rigoroso dos níveis de cálcio nessa fase.

A hipofosfatemia está intimamente ligada ao comportamento metabólico do cálcio e também está associada à redução da ingestão.

A hipomagnesemia também está ligada ao metabolismo do cálcio, mas é um distúrbio complexo que leva a sintomas neurológicos agudos.

A cetose (diminuição da glicemia e aumento da concentração de corpos cetônicos nos tecidos e fluidos) afeta acentuadamente a produção de leite e leva a sinais digestivos e neurológicos.

Fonte: https://www.universodasaudeanimal.com.br/