REFERÊNCIA NA CAFEICULTURA BRASILEIRA
O café arábica representa 72,4% da produção total (arábica e robusta) de café do país. Para a nova safra estima-se que sejam colhidas 32,23 milhões sacas. O resultado representa uma redução de 15,81% (-6.051,3 mil sacas). Tal redução se deve a forte estiagem verificada nos primeiros meses de 2014 e à inversão da bienalidade em algumas regiões produtoras.
A produção do café robusta, estimada em 12,33 milhões de sacas, representa um crescimento de 13,49%. Este resultado se deve, sobretudo, à recuperação da produtividade, que na safra anterior sofreu com a forte estiagem, e ao crescimento da área em produção, principalmente no estado do Espírito Santo, maior produtor da espécie robusta.
Minas Gerais se destaca como maior produtor brasileiro com uma média de 50% da safra cafeeira nacional e de até 75% do café arábica produzido no país. Dados da Emater-MG, revelam que o Estado tem 150 mil propriedades que cultivam o café e a safra mineira de 2014 está estimada em 22.992.048 sacas beneficiadas.
IMPORTÂNCIA DAS COOPERATIVAS DE CAFEICULTORES
Nesse contexto podemos destacar a importância das cooperativas de cafeicultores no sistema agroindustrial do café. Do total da produção interna, aproximadamente 28% do café em coco passa pelas cooperativas enquanto que 40% dos cafeicultores são cooperados. Essas associações são responsáveis pelas atividades de venda de insumos aos produtores, armazenagem, processamento e comercialização do café e algumas delas ainda contam com a parte de torrefação e exportação. Hoje existem no Brasil noventa e quatro cooperativas presentes na cafeicultura. Os insumos são vendidos pelas cooperativas que compram produtos em escala e os revende a um preço baixo aos cooperados permitindo que eles saldem as dívidas após a colheita do café.
As cooperativas participam ativamente na separação e beneficiamento do café, contribuindo para a definição da qualidade e sabor dos grãos. O processo de separação e classificação do café recebido dos produtores é uma das etapas que da origem aos diversos blends vendidos no mercado nacional e internacional.
PRIMEIRA COOPERATIVA DE CAFEICULTORES DO BRASIL
O surgimento das cooperativas de cafeicultores no Brasil se deu a partir de 1932 quando foi fundada a primeira cooperativa de cafeicultores, a COOXUPÉ, que naquela época operava apenas como cooperativa de crédito agrícola dando suporte aos cafeicultores, vindo a realizar comercialização apenas a partir de 1957 quando se transformou em Cooperativa de Cafeicultores exercendo atividades de recebimento, processamento e comercialização de café. Em 1959 tiveram início as exportações com o primeiro embarque direto de café partindo do Porto de Santos.
A COOXUPÉ é a maior cooperativa de produtores de café do mundo com 82 anos de existência contando com 12 mil cooperados onde 97% são de pequenos e médios produtores com produção per capta de 50 a 500 sacas de café e mais de 1900 colaboradores diretos.
Contando com excelente estrutura administrativa e logística para atender com qualidade seus cooperados, a COOXUPÉ possui um escritório de exportação em Santos no Estado de São Paulo e 24 unidades de negócio, que prestam assistência técnica e promovem dias de campo e eventos para seus cooperados. Estas unidades também operam como centros de comercialização e negócios, atendendo às necessidades de cada produtor individualmente.
O planejamento estratégico e sua boa gestão levou a COOXUPE a bater recordes e liderar o ranking brasileiro se tornando em 2011 o maior exportador da commodity da história do país atingindo um faturamento de R$ 3 bilhões com 2,46 milhões de sacas se tornando o maior volume de café exportado da história brasileira. Responsável por 20% da produção cafeeira do Estado de Minas Gerais, o crescimento do faturamento da cooperativa foi resultado de um amplo e detalhado trabalho realizado ao longo dos anos.
O Sistema de Gestão da Cooxupé tem o certificado ISO 9001:2008, credenciado pelo INMETRO (Brasil) e RVA (Holanda), tendo como escopo, que abrange as unidades de Guaxupé, Santos e Monte Carmelo: Processos de recebimento, armazenamento, classificação, compra, processamento, venda e embarque de café cru.
O sistema é mantido através do comprometimento de todos os colaboradores envolvidos e da alta direção; da realização de auditorias internas e externas, e tomada de ações corretivas e preventivas, buscando a melhoria contínua e o atendimento a Política da COOXUPÉ.
Este bom desempenho levou a COOXUPÉ a receber prêmios de destaque como o da Revista Exame, maior revista de negócios do Brasil como “A Empresa do Ano” no setor de agronegócio. Também foi eleita com o título de Maior Exportadora de Café do Brasil em 2012 no evento do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Para Carlos Alberto Paulino da Costa presidente da COOXUPÉ estes 82 anos de experiência em cooperativismo tem nos levado a uma série de decisões estrategicamente corretas. Hoje conseguimos avaliar o mercado e antecipar tendências. Para Carlos Paulino, esses resultados mostram que o Brasil conquista cada vez mais o mercado externo, um reconhecimento da qualidade da produção cafeeira nacional. "Estamos investindo em tecnologia, inovação, sustentabilidade e na qualidade da produção do café. Os resultados desse investimento começam a aparecer com a ampliação do mercado consumidor", afirma Paulino.
OS MAIORES DESAFIOS NA EXPORTAÇÃO:
Para Carlos Alberto o maior desafio para a cafeicultura brasileira é levar os clientes a reconhecerem que o café brasileiro é um café de excepcional qualidade, competindo por igual com os melhores cafés do mundo. Há alguns anos atrás nosso café não era reconhecido como café de qualidade, mas esta história têm mudado, hoje os cafés especiais estão entrando no mercado, já existe registro de denominação de origem do grão, no país. O café nacional já tem quatro indicações de procedência. Recentemente o Café do Cerrado Mineiro recebeu pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) o primeiro registro de denominação de origem do grão, no país. Esse novo registro é o primeiro que prova o vínculo do café com o meio ambiente. Nosso grande desafio é continuar melhorando a imagem de nosso café com foco em sustentabilidade, planejamento, e investimento em novas tecnologias. Os produtores brasileiros, principalmente os que investem em cafés gourmets e especiais, têm uma vantagem única no mundo: em virtude do clima favorável durante a colheita, podem escolher o sistema de processamento mais adequado às necessidades de seus clientes (mercado interno e externo). As porcentagens de café natural, cereja descascado e despolpado podem ser determinadas, portanto, com base na demanda e considerando o sistema que mais favorece a qualidade para cada lote específico. “Vejo o futuro com muito otimismo porque o café brasileiro é o mais barato do mundo e ganha em competitividade onde somos imbatíveis, somente falta-nos o reconhecimento da qualidade de nosso café, conclui Carlos Alberto”.
PESQUISAS E ESTUDOS LIGADOS AO CAFÉ.
A COOXUPÉ também promove pesquisas e estudos ligados ao grão em diversos setores, como a extração de óleo de café verde para o mercado de cosméticos e higiene. O objetivo é levar até aos cooperados todos os avanços e benefícios tecnológicos, trazendo cada vez mais qualidade aos treinamentos e contribuindo para uma agricultura mais sustentável. Cursos técnicos, foco em sustentabilidade, planejamento, investimento em novas tecnologias e ampliação do leque de possibilidades de comercialização do café fazem da COOXUPÉ uma referência do setor. Para o mercado interno a COOXUPE oferece além da qualidade do café diversos tipos de serviço como: liga, preparo, benefício de café, armazenagem (sacaria e big-bag), rastreabilidade, análise e classificação e para o mercado externo todos os blends de café de fina qualidade.
Conquistar a satisfação dos clientes, cooperados e colaboradores com produtos, serviços e processos continuamente melhores, respeitando o meio ambiente é a meta da COOXUPE.