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Ano 9 / Edição 103 - junho 2015

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www.jornalagronegocio.com.br

Capa

Avaliação de

silagem

para gado leiteiro

Avaliação de materiais para silagem visa melhorar alimentação de gado leiteiro. Cultivares de milho e de sorgo apro-

priadas para a produção de silagem foram avaliadas em 40 unidades demonstrativas em Minas Gerais. O trabalho visa

incrementar a produção de alimento para o rebanho leiteiro no estado.

Marina Torres - Embrapa Milho e Sorgo

As unidades foram instaladas em municípios

onde a principal atividade rural é a pecuária leitei-

ra. “Houve plantio de cultivares de milho e de sorgo

da Embrapa com o intuito de identificar os materiais

que se adaptam melhor às regiões. Assim, é possí-

vel auxiliar o produtor na tomada de decisões sobre

época de plantio e material apropriado, conside-

rando o ciclo de cada cultivar”, explica o agrônomo

Sinval Lopes, da Embrapa Produtos e Mercado.

“Foram instaladas unidades na forma de par-

celões de 0,5 a 1 hectare por cultivar para verifi-

car o comportamento dos materiais em diferentes

localidades. Avaliou-se o rendimento de silagem e

também a qualidade nutricional”, afirma o gerente

do Escritório de Sete Lagoas da Embrapa Produtos e

Mercado, Reginaldo Resende. Foram selecionadas

quatro cultivares de milho (BRS 3035, BRS 3025,

BRS 1055 e BRS 3040) e cinco cultivares de sorgo

(BRS 655, BRS Ponta Negra, BRS 506, BRS 330, BRS

802).

Segundo Reginaldo, o que chamou a aten-

ção foi o comportamento das cultivares de sorgo

em condições de estresse hídrico. “Mesmo na ocor-

rência de veranico, o sorgo teve uma produtividade

considerável se mostrando uma excelente opção

para o produtor. Além disso, a capacidade de re-

brota do sorgo possibilita um segundo corte.”

Em relação ao milho, Reginaldo destaca a im-

portância da tomada de decisão adequada para a

garantia da produtividade. “Na condição de escas-

sez de chuva, a escolha da cultivar, considerando o

ciclo do material, aliada à melhor época de plan-

tio, pode ser decisiva para o sucesso da lavoura.”

O produtor Marco Antônio Tavares, de Abaeté-

-MG, conheceu na prática a importância do plantio

de materiais de ciclo curto. Na unidade implantada

na propriedade de sua família, foi feito o cultivo

de milho precoce. Após a colheita e ensilagem do

milho, foi plantado o sorgo forrageiro na mesma

área.

Marco Antônio está satisfeito com o trabalho.

“Está sendo muito bom. Estamos tendo acompa-

nhamento. O tempo não ajudou, porque está fal-

tando chuva, mas o sorgo está indo muito bem. É

mais resistente”, afirma o produtor.

O técnico agrícola da Cooperativa Agropecu-

ária de Pompéu, Leandro Sampaio, também consi-

dera o projeto muito proveitoso. “Pela situação de

clima que a gente tinha na época do plantio, as

condições de resposta dos materiais foram muito

boas.” Leandro conta que conhecia apenas o sorgo

BRS 655. “Os demais foram experiência nova e a

gente acha que eles têm grande potencial para in-

crementar a alimentação do gado”.

O agrônomo Sinval Lopes considera que a

avaliação demonstrou a importância de dois fato-

res: chuvas e manejo integrado de pragas. “A ocor-

rência de veranico e a infestação de pragas (princi-

palmente de lagarta-do-cartucho e lagarta militar)

foram problemas que comprometeram a produção

de alimento para o gado”. Na região de Pompéu,

Leandro afirma que as lavouras de milho foram

mais prejudicadas pela pressão de pragas. “Nas de

sorgo, a infestação foi menor”, comenta.

Para Reginaldo Resende, a experiência deixa

uma lição importante para os produtores. “Antes

de qualquer tomada de decisão quanto à escolha

de uma cultivar, é necessário conhecer o comporta-

mento dela na região onde se pretende cultivá-la.

Esse conhecimento, aliado ao bom planejamento

da lavoura, reduz o risco de frustração no cultivo,

o que poderia comprometer o fornecimento de ali-

mento para o rebanho”.

Reginaldo ressalta que o trabalho teve grande

importância, já que as cultivares foram avaliadas

em diferentes localidades nas regiões Central, Cen-

tro-Oeste e Zona da Mata de Minas Gerais.

Para que os produtores tenham conhecimento

do comportamento das cultivares nas regiões, fo-

ram realizados dias de campo nos municípios de

Coronel Pacheco, Mateus Leme e Inhaúma. “Pre-

tendemos ainda fazer uma publicação apontando

os pontos positivos do trabalho, as análises das

cultivares e informações sobre acesso a sementes”,

afirma o gerente do Escritório de Sete Lagoas da

Embrapa Produtos e Mercado.

Municípios

Confira os municípios mineiros onde foram

instaladas as 40 unidades demonstrativas de ava-

liação de milho e de sorgo: Abaeté, Baldim, Bom

Despacho, Cachoeira da Prata, Coronel Pacheco,

Esmeraldas, Florestal, Funilândia, Fortuna de Mi-

nas, Inhaúma, Jequitibá, Lagoa Santa, Maravilhas,

Mateus Leme, Matozinhos, Papagaios, Pará de Mi-

nas, Pedro Leopoldo, Pequi, Pompéu, Santana de

Pirapama, São José da Varginha, Sete Lagoas.