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comunicação e desenvolvimento

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Jornal

Ano 9 / Edição 103 - junho 2015

4

www.jornalagronegocio.com.br

Agricultura

Atendendo a vários pedidos para aprofundar-

mos mais na reportagem da edição anterior sobre

plantio de pimenta do reino no Norte do Espírito

Santo e Leste de Minas com o engenheiro agrôno-

mo Vitor Cunha, abordamos nesta edição as téc-

nicas de tutoramento, abertura das covas e plantio

das mudas. As informações foram obtidas através

da Epamig no livro 101 culturas.

A pimenteira do reino, por ser planta trepa-

deira, necessita de tutor, que serve de apoio para

fixação das raízes adventícias. Recomenda-se a

utilização de estações de 3 a 3,2 m enterrados a

0,5 m. Devem ser utilizados estações de madeira

de boa qualidade e resistente ao apodrecimento.

Após a fixação dos estações, é feita a abertura das

covas, cerca de 20 a 30 dias antes do plantio, ao

lado leste dos tutores, na direção do sol nascente,

para proteger as mudas contra o sol da tarde. Na

abaertura da cova (40 x 40 x 40 cm), a terra dos

primeiros 20 cm de profundidade deve ser separa-

da do restante para ser misturada posteriormente

ao adubo orgânico e ao fertilizante fosfatado.

As mudas são plantadas em posição in-

clinadas, com a parte superior voltada para o tu-

tor, em distância de aproximadamente, 10 cm do

tutor, no início das chuvas (janeiro-fevereiro). Nos

primeiros 15 dias após o plantio, as mudas devem

ser protegidas da ação direta do sol, com folhas

de palmeiras, por exemplo, o que contribui para

o maior pegamento. A cobertura deve ser retirada

quando a planta ultrapassar o nível da cobertura.

Com o desenvolvimento das plantas, é necessário

auxiliar a condução das pimenteiras nos tutores,

amarrando-as com fios de plástico, barbante ou

cipó. Essa prática deve ser feita até que a planta

atinja o ponto mais alto do estação. Com as plantas

bem aderidas aos tutores, minimiza-se o problema

de quebra de haste e de secamento da folhagem

causada pelo desprendimento da planta, em decor-

rência do peso da folhagem e da frutificação.

O uso de coberturas mortas protege o solo

da ação direta das chuvas, reduz o escoamento

da água das chuvas e das enxurradas; as plantas

daninhas podem proporcionar maior teor de ma-

téria orgânica no solo, manter o teor de umidade

adequado e o equilíbrio da temperatura do solo,

e aumentar a população de microorganismos no

solo, e aumentar a população de microorganismos

no solo. Boa cobertura pode ser obtida com folhas

de gramíneas, que são distribuídas ao redor das

plantas, no período das chuvas.

CALAGEM E ADUBAÇÃO

A análise do solo é imprescindível para deter-

minar a necessidade de correção da acidez do solo

e as quantidades de adubo necessárias para o bom

desenvolvimento das pimenteiras. A amostragem

da área deve ser feita cerca de dois meses antes do

plantio. Se for necessário fazer a calagem, deve ser

utilizado o calcário dolomítico, visando-se elevar

a saturação por bases a 60%, incorporando-o na

camada de 0 a 20 cm, com antecedência mínima

de 30 dias do plantio. Nos pimentais plantados em

faixas distanciadas de 3 m ou mais, onde não se

pretende implantar cultivos intercalares, a calagem

pode ser feita apenas na faixa destinada ao cultivo

da pimenteira do reino, como forma de diminuir os

custos. As faixas devem receber doses de calcário

proporcionais à sua área. Nos pimentais em for-

mação e em produção, o calcário deve ser aplica-

do em cobertura, em volta das pimenteiras, em um

raio de 1 m, não devendo ser incorporado ao solo,

devido ao risco de entrada de patógenos pelo corte

das raízes.

O mato resultante das capinas e outros

matérias utilizados como cobertura morta, deposi-

tados ao redor das plantas, também são fontes de

matéria orgânica para o solo. Como adubo orgâ-

nico, podem ser utilizados os estercos animais, a

cama de aviário e as tortas vegetais. Abre-se uma

valeta em forma de meia lua, a 50 cm da planta,

distribui-se o adubo orgânico, cobrindo-o com a

terra da própria valeta. Essa operação deve ser fei-

ta anualmente, em lados alternados da planta. No

primeiro ano, o adubo orgânico deve ser misturado

com a terra retirada dos 20 cm superficiais da cova

de plantio. A partir do segundo ano, deve-se, de

preferência, aplicar o adubo orgânico em cobertu-

ra, em volta das pimenteiras. A adubação química

deve ser efetuada com base na análise do solo. O

fósforo é aplicado de uma só vez, enquanto que

a aplicação de nitrogênio e de potássio é dividida

em duas vezes, uma no início e a outra no final do

período das chuvas.

Pimenta do Reino

, técnicas de plantio

Tutoramento, Abertura das Covas e Plantio das Mudas

Engenheiro agrônomo Vitor Cunha:

vitor_marcal@hotmail.com