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Mercado Brasileiro de Leite e Derivados: Cenário de Dezembro de 2024

Por Geraldo Nogueira

Oferta e Relação de Troca

A relação de troca leite/mistura piorou em outubro de 2024 em comparação ao mês anterior, demandando 31,7 litros de leite para adquirir 60 kg de mistura (70% milho e 30% farelo de soja). Apesar disso, a situação ainda é consideravelmente melhor que a de outubro de 2023, quando eram necessários 43,1 litros.

A oferta apertada de leite foi sentida também no varejo. O preço médio da cesta de lácteos caiu 0,5% em novembro, mas acumula uma alta de 10,3% nos últimos 12 meses, muito acima da inflação nacional de 4,9% no mesmo período, segundo o IPCA. Entre os produtos, o leite condensado liderou as altas mensais, com aumento de 2,1%, enquanto o leite UHT teve a maior queda, de 1,7%.

Preços Regionais e Produtividade

Em termos regionais, Minas Gerais, Paraná e São Paulo continuam sendo os principais estados produtores, com preços médios pagos ao produtor variando entre R$ 2,67 e R$ 2,93 por litro. Outros estados como Santa Catarina, Goiás e Rio Grande do Sul também desempenham papel fundamental na produção nacional.

Apesar da pressão de custos, a produtividade apresentou sinais de recuperação em algumas regiões, puxada por avanços tecnológicos e pela adoção de boas práticas de manejo.

Comércio Exterior de Lácteos

A balança comercial brasileira de lácteos segue deficitária em 2024. No acumulado do ano, o saldo negativo alcançou 2.012 milhões de litros equivalentes, com um déficit financeiro de US$ 876 milhões. Em novembro, as importações somaram 204 milhões de litros equivalentes, com o leite em pó liderando as compras. As exportações, por outro lado, mostraram uma leve alta no mês, alcançando 4,8 milhões de litros equivalentes, com o creme de leite como principal produto vendido ao exterior.

No cenário internacional, o preço do leite em pó integral subiu 5,7% em novembro, atingindo US$ 3.984 por tonelada. Já o leite em pó desnatado registrou queda de 0,6%, sendo cotado a US$ 2.848 por tonelada.

Desafios e Perspectivas

O setor lácteo brasileiro segue enfrentando desafios significativos, como a volatilidade dos custos de produção e a concorrência de produtos importados. No entanto, a alta nos preços ao produtor e a resiliência da demanda interna são fatores positivos que trazem expectativas de estabilidade para os próximos meses.

A combinação de inovações tecnológicas e medidas de eficiência produtiva pode contribuir para que o mercado de leite e derivados continue crescendo, mesmo diante das adversidades. Em 2025, a aposta é em uma melhora gradual na relação de troca e na competitividade da produção nacional, alavancando o potencial de um setor essencial para a economia brasileira.

Com informações de: Centro de Inteligência do Leite: www.cileite.com.br